terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

É uma pedra ou uma esponja?

Acordo de madrugada indisposta e não consigo voltar a dormir. Mas agora que acordei forçadamente, o que farei?
Assistir filme, desenho, show, enfim, a conexão entre imagem som movimento?
Ou quem sabe olhar álbuns de fotografias, daquelas que você tinha que torcer para a foto sair boa. E junto com eles ler agendas antigas, recados de amigos que tantas outras vezes colaboraram com as minhas noites de sono. Ver ler, acompanhar a precisão da escrita, a força nas letras, as palavras de carinho.
Falar com alguém? Não no MSN, pelo avançado estado da hora talvez ninguém estivesse lá. Mas esta não é a melhor desculpa. Eu queria ouvir a voz. Imaginar a surpresa do celular tocar e depois ouvir um “Paty?”

Outra indagação seria: ligar para quem? É preferível colocar quens para não ficar tão visível (visível a quem? A alguém ou alguéns...). E assim fiquei a pensar nos complementos após o “Paty?”
O que eu diria de início? O “Nada não” estava descartado. Ninguém acreditaria nele mesmo. “Tive uma sequencia de sonhos ruins”, exagerado porém verdadeiro.
E depois poderiam vir as mais diferentes respostas, como um estudo aprofundado sobre sonhos, metafísica, psicanálise. Palavras reconfortantes, segurança, coincidências. Filmes, músicas, livros. Atividades, rotina, saudades. Risadas, bobagens, infâmias...
Tempo de duração? Determinado pela casualidade.
O que o outro lado da linha sentiria: Surpresa? Alegria? Orgulho? Confiança? Reciprocidade? Privei o(os) quem(ns) disto tudo.
Fui procurar abrigo num livro que precisava estudar, que por ironia do destino coincidia parcialmente com a situação vivida. Emoções, aparências, desenvolvimento cognitivo. “É uma pedra ou uma esponja pintada de pedra?” Para você é visível ser uma esponja pintada mas o outro precisa ver e/ou pegar para comprovar. Você toma conclusões pelo outro a partir de suas visões. Priva o quem disso, até da ligação fora de hora. É a ironia dos livros científicos.
Quem diria que os estudos superariam minhas recordações e vontades. Mais uma vez esta não é a melhor desculpa. Espero não ficar assim por muito tempo.

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